Correndo o mundo de norte a sul, encontrei um dia uma rosa azul.... mas a rosa azul, assim como eu, chorava... mas no alto galho de uma palmeira, dizem que tinha um sabiá que cantava... enamorado pela azul roseira... Seja ciranda ou canção, abre-se a todas meu coração... ...E o sabiá cantava seu canto apaixonado, pela rosa azul enamorado, assim suas lágrimas secando... Lágrimas, em pólen se transformando, para que o amor entre o sabiá e a rosa, que chorava toda dengosa, para sempre perdurasse, e esse doce amor jamais acabasse...
Se acabou ou não, nunca se teve notícia, porém sabe-se que a rosa se eternizou em palavras e que o sabiá busca nessa fonte as que precisa trocando-as por belas canções que aprendeu ao lado da poeta que corria o mundo de norte a sul... E às vezes passam no sopé da montanha onde vive um outro passarinho sem ambição e sem ninho...
Um amor desabrochado, por todo o sempre viverá... nas pétalas da rosa macia, na emoção da poesia, no canto do sabiá... pelo éter esparramado, o sêmen do amor germinará... E do mundo, em cada rincão, rosas azuis brotarão, outros pássaros canoros, sem ambição e sem ninho, delas terão carinho... O amor se perpetuará!...
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