Gigante. Você, menina, que cresceu sem heróis, hoje é gigante. Você que cresceu ouvindo tudo-o-que-deveria-ser, como se portar, como se vestir. Hoje você é ressignificado. Você que foi a princesa que esperava o príncipe, só porque te disseram que sim. Hoje, tu és bravura. Ainda bem. Teve que ser assim.
Orgulho. Você, menina, teve (e ainda tem) que lutar diariamente pelo seu espaço. Dizer que não, quando não. Dizer que sim, quando sim. Doa a quem doer, só não vai doer em ti.
Moça, que linda essa paz que você sente. Essa calma de não precisar de um par. De saber escolher pelo brilho da alma e não pelo visual, pelo corpo-matéria. Você se tornou profundidade. Nem todo mundo entende, pois o raso está em todo lugar.
Os antigos diziam que "se tornar mulher" era ser deitar com um homem. Tolos. Se torna mulher quando se entende o quanto somos donas de nós. Sozinhas. Heroínas diárias, polivalentes. Mães, filhas, chefes, livres.
Moça, o amor existe e você não esqueceu. Mas hoje você sabe que o amor é para nos engrandecer e não aborrecer. Que o amor é quando soma. E antes desse amor de fora, vem o amor de dentro.
Ainda há muito a se construir de você. Mas está no caminho certo, sólido e maduro. Ser mulher hoje é criar seu próprio significado baseado nos seus ideais, mesmo com uma função social tão enraizada. Continua, que é linda a mulher que você se tornou.
Stéphanie Waknin
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