queria que a tua boca fosse
a minha
a minha
e nela lançar o voo de aves azuis
na madrugada, após a noite suada
de beijos entrançados na pele gasta
do teu peito entornado
nos meus seios,
nos meus seios,
queria
que as tuas mãos me embriagassem
que as tuas mãos me embriagassem
de desejo e as minhas se perdessem
nos teus abraços em forma de ninho,
sem contornos, ligados por um poema
escrito no silêncio do teu olhar
queria
pousar em ti e deixar-te permaneceres
pousar em ti e deixar-te permaneceres
até não sabermos qual de nós era o outro
Ana
Cristina Macieira
Cristina Macieira
3-7-2014