Lágrimas na Terra
O teto sobre
nossas cabeças ameaça desabar em pedaços
Firme em
brasas com o calor do sol
O chão em
poeira resseca a sensação de alívio
O calor de
fornalhas quentes de tonéis gigantes ou vindos do clarão
Nosso ferro
forjado em dúvidas
Nossas
mentes forjadas na indecisão
A podre
ruína de uma grande civilização
Agredimos,
poluímos, invadimos o tempo da reação natural
Coagimos e
ferimos o que não se imaginava ser real
Semeamos as
sementes inférteis baseadas em vida nas fumaças pretas
Cavamos a
cova do Planeta com consciência ou, não.
Perdemos a
chance de revidar e parar nosso processo
Apenas
amenizá-lo, pois sempre foi natural
E sem dar
conta da forma brutal com que chegamos a esse ponto
A Mãe Terra
deixa pingar suas lágrimas na poeira seca, devastando cidades
Suspira
sugando nossas energias e bufa arrancando nossas vidas do chão
Dá um grito
de basta onde as ondas do mar correspondem e disseminam- se
Agora sua
ira ergue e treme tudo a nossa volta
E nossa
compaixão com a vida que nos dá vida se cala
Nossos
soluços acompanham o céu em seu movimento de nuvens
Mas se no
início nossos olhos estivessem voltados a nossa casa, ela nunca haveria ruído.