Do nada, e ele :
- vem!...
e arrebata minha defesa,
me fere com sua beleza;
ele, tudo, eu ninguém.
E então eu colho beijos,
traço sonhos e desejos,
perco o juízo, a razão :
- abre as pernas, coração!...
e eu me abro em emoção,
percorrendo safadezas;
mãos nos seios, ensejos
do teu corpo e o meu
ao chão; amplidão
dos meus sentidos,
e sussurros e gemidos :
- me diz bobagens no ouvido!...
e eu digo que te quero,
te desejo, te venero,
e te puxo :
- encaixa, vem!...
e anseio ir mais além,
e me viro, em ti me encosto,
e te digo: - isso, meu bem!...
Tu diz: - ai, assim eu gosto...
e no teu poema enrosco
e me deságuas tua poesia,
tua fome, alegria
no meu verso, no meu vão,
e cais sobre meu corpo
e me faço teu colchão.
Tu em mim, eu nua :
-vê amor, o que aconteceu :
tu, quase sempre meu,
eu, completamente tua.
por Elise
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