No teu peito que beijei ontem numa madrugada
calma e quente
nas tuas mãos cheias de encantos.
Nos momentos entrelaçados dos teus beijos de linho suave
e nas folhas caídas de mais um outono de silêncio.
Nos nenúfares dum lago onde a tua mão me beijou
em momentos de cândura e paixão.
No relicário da memória ou talvez numa rosa transbordando de saudade.
Guardei meus sonhos, na nudez branca dos lençois
no teu corpo adormecido entre pétalas numa
partilha de beijos e desejos.
Na pele veludo e cetim do prazer vibrando na paixão solta
dos gestos loucos que percorriam
cada fio do meu cabelo.
Nas palavras de poesia, a tua e a minha
nos hinos de amor, numa harpa de pura inocência.
Oh! são divinas as palavras onde me escondo
e vivo esta paixão, onde guardo os farrapos dos meus sonhos
adormecidos pelo cantar de mais uma fantasia
dos teus beijos de amante.
Na fragilidade secreta dum encontro onde
nos amanos em silêncio
na pura luz do meu ventre macio
onde descansas, e me beijas com a magia
duma estrela no infinito.
Guardei sim o meu sonho, no meu corpo
numa dança de fogo inebriante onde se agita a alma
num jardim de beleza nascido dum linho raro, e,
onde deuses enlaçados
pelo engano dos sonhos
acordam florindo mais um tempo no mundo das rosas...
Naquela aguarela eu guardei meus sonhos, pintados
no olhar do desejo...
amalia lopes
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