A lua iluminava dentro da noite
de primavera, chegara resoluta
carregando dentro de si alento,
acalmando a minha dor. Lua,
oh, lua trigueira, mostra remédio
que venha lenir a angústia do amor,
afasta o negror, o breu da solidão.
Abra seu leque de estrelas, caminho
suave, onde passo a passo encontro
ventura, lua, oh, lua, escancara seu céu
de brocais dentro do meu pecado, carrega
de volta este amor, inunda a alma do perdão!
Lua, oh, lua, não me deixa sofrer na solidão
da amargura, desventura de quem perdeu
aquele que lhe fazia afagos e carinho, não deixa
meu corpo gemer na noite escura!
Marta Peres,