Fujo sem querer ,
sem ver-te tenho quase tudo ,
elaboro a tua imagem na minha ,
colando-te ...
mesmo esfacelada ,
te reintegro ,
te refaço com meu abraço ,
amando-te mesmo na distância ...
parece tão cruel ,
nesta triste ausência da presença ,
na margem da saudade que me consome ,
próxima a ti ,
longe e perto ...
na inconstância do vento ...
meu lamento , meu tormento ,
vens amor ...
me queimas este desencanto ,
que é tanto o meu pranto ,
que me consome ...
me dás teu acalanto ,
teu canto em minha amargura que é pura ...
tua doçura ...
serenamente , delicadamente ,
languidamente como em uma travessura ,
hoje amor , melhor é não cantar ,
só há canto quando existe
muito tempo e muito espaço ,
para a canção ficar se eu passo ...
para dizer o que eu não disse .
sandra waihrich tatit