E nesse pensar sentires alguma saudade,
E nessa saudade, sentir a minha falta,
E se esse vazio que minha falta faz,
Lhe provocar lágrimas:
Venha...
Venha correndo para mim,
Sem medo,
Venha qualquer dia.
Se um dia folheando o seu passado,
Me encontrar lá meio esquecida,
E nesse esquecimento lembrar
Algo de bom:
Venha, volte ao meu lado,
Mesmo que ache tarde demais,
Ainda que seja muito passado,
Ainda que seja
Num futuro bem distante...
Venha me procure,
Me ache, me surpreenda
Com sua chegada!!
Quando em seus olhos não estiver
Mais o brilho dos meus,
Quando a sua canção já não for mais
Com o meu nome,
Quando seus poemas, já não
Falar mais do amor por mim,
Quando em suas roupas, já não sentir
Mais meu cheiro.
Quando achar que está tudo acabando:
Venha mesmo assim...
Venha me buscar para você.
Venha resgatar o que hoje ainda existe.
Venha sonhar os nossos sonhos.
Venha acabar de viver o nosso amor.
Venha viver as nossas emoções.
Venha completar em mim algo que perdi:
Um pedaço de você!!!
[…]Sim, estamos sós, profundamente sós e haverá sempre, à nossa espera, uma camada de solidão ainda mais profunda. Não há nada que possamos fazer para contrariar isto. Não, por mais espantoso que isso nos pareça, a solidão não nos devia surpreender. Estamos sozinhos com edifícios e estamos sozinhos sem eles. Não há protesto possível contra a solidão, nem todas as campanhas do mundo a favor das bombas conseguiram, sequer, beliscá-la. O explosivo mais letal feito pelo homem nem sequer é capaz de lhe tocar. […]
Philip Roth in Pastoral Americana
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