Estás em mim no dia que se anuncia.
No acender dos raios solares.
Na flor que recebe o beijo da borboleta.
Na melodia do vento à cantar.
Na dança dos beija-flores.
No vai e vem das gaivotas.
No doce balanço do mar.
Estás em mim, nas lembranças de carinho.
Nos momentos de saudades.
Nas horas do dia que adormece.
No sol acenando um adeus.
No acordar das estrelas.
No orvalho molhando as flores.
Estás no meu coração, há cada batida que ele dá!
Cecília
Enquanto a noite calmamente adormece,
os devaneios despertam...
Como se fossem tocados
por uma varinha de condão.
Tudo muda, tudo se transforma...
Um mundo ilusório se descortina.
A brisa cariciosa envolve docemente...
Perfumes que vem de longe
despertam os sentidos...
A lua brilhando lindamente...
Surgem no céu corações bordados
com o brilho das estrelas...
Sinto-te ao meu lado...
Posso tocar-te...
Posso afagar teus cabelos...
Posso beijar teu rosto...
Quando abro meus olhos, estou sozinha...
Só tenho ao meu lado o manto da escuridão...
Os sonhos se dissipam vagamente,
como se fossem neblina jogadas no vento...
Pouco à pouco os pensamentos se despertam,
iluminados pela luz do dia...
O coração sobressalta, o devaneio termina...
Cecília
Fecho os meus olhos, não quero ver o tempo passar.
Sinto tanto a tua falta, sinto saudade de ti.
Espalhei suas fotos pela casa, na doce quimera de que sofreria menos.
Ledo engano o meu! Pois a saudade aumentou...
Para todos os lados que olho, me deparo com teu lindo olhar.
A realidade foge para longe, dando lugar para a ilusão.
E nesse mundo ilusório, tenho-te, ao alcance das mãos.
Posso tocar teus cabelos, sentir teu perfume suave...
Entre as brumas dos meus sonhos, ouço tua voz a me chamar...
Nesse emaranhado de loucuras, você é tão real!
É como se o tempo voltasse, e trouxesse você.
E nesse devaneio sigo, com receio de acordar.
Pois quando meus olhos se abrirem, sei que não vou te encontrar.
A única coisa que terei, são tuas fotos espalhadas sorrindo a me olhar.
Cecília