Tem dias que a saudade maltrata...
Hoje é daqueles dias compridos e melancólicos
em que esse sentimento se faz presente.
Sempre me vem imagens daquele verão...
de beijos roubados...
juras de amor...
olhares carregados de paixão...
que logo viraram amor profundo e eternizado na memória.
Saudade dos sons dos sorrisos,
do cheiro da maresia, do paraíso...
Saudade do amor puro e fresco como água cristalina,
dos sussurros abafados pela música
que o mar canta doce e serenamente.
Saudade dos voos rasantes das gaivotas a procura de alimento
e eu a procurar perdida e enlouquecida
o alimento de minha alma
em algum lugar na vastidão de um olhar.
Saudade da vida...
Saudade dos nossos sonhos sonhado a dois...
Essa saudade palpável, real, se confunde com outra saudade...
A saudade do que não foi vivido,
do que foi perdido, que não se concretizou...
Saudade do que não foi vivido em toda sua amplidão...
Saudade do que poderia ter sido e não foi...
Saudade do que fui e do que hoje não sou...
Saudade da alegria que tinha e me abandonou...
Saudade da pessoa destemida que o vento levou...
Saudade do que se perdeu...
Saudade de viver...
Saudade do que perdi,
do que me foi tirado sem pedidos de licença,
sem ao menos perguntar se eu queria...
Saudade do que ficou...
do que já não pode ser mais corrigido...
do que a vida me roubou...
Saudade...
Lygia Cavalcanti
Eu sei que nada vai voltar a ser como era antes...
Tudo que passamos eu vou levar como uma forma de aprendizado para vida toda.
Eu aguentei muita coisa calada, sofria em silêncio.
Isso tudo me deixou mais forte e me tornou mais fria.
A distância interferiu muito, mas suas atitudes ainda mais.
Elas se tornaram a razão para ter um fim em tudo o que conseguimos.
Talvez se você se importasse mais,
se preocupasse mais,
fizesse mais ou me amasse de verdade...
ainda estaríamos ”juntos”,
mas não foi assim que aconteceu.
Lembranças, fotos, sms’s (…) e eu não consigo me desapegar de nada que vem de você.
Porque?
Eu ainda te amo e te amo muito... mas...
desistir foi o melhor...
Quando chega a noite,
quando me encontro só,
vem aqueles pensamentos que tento evitar durante o dia,
ocupando a cabeça com outras coisas ou situações.
É durante a noite que lembro das coisas que se passaram,
principalmente daquelas consideradas como “mal resolvidas”.
Histórias que tiveram um fim diferente daquele que eu gostaria.
É como se um filme inteiro passasse na minha cabeça.
Mas em vez de fugir dessas lembrancas, me permito recordar...
Me permito ter saudade...
Choro até se desejar...
Estou em minha própria companhia.
E quando estou sozinha tenho que admitir minhas fraquezas...