Não sei de onde vem...
Mas sei que ela me invade...
Tirando-me a felicidade...
Não sei se é saudade...
Sei que uma angústia
Toma conta do meu ser...
Queria chorar...
Mas faltam lágrimas...
Ou elas não conseguiriam,
Demonstrar tamanha dor...
Olho ao meu redor...
Parece que tudo é feito de fantasia...
Parece que nada é real...
Só mesmo essa tristeza
Que invade meu pensar...
Trazendo alucinações...
Que transcendem
A realidade do pensamento...
Essa tristeza sem natureza...
Invade-me fazendo com que eu viva
A partir de hoje apenas com
As belas recordações
Dos dias que juntos estivemos...
Das felicidades e alegrias transmitidas...
Você sempre será insubstituível em meu mundo...
Onde hoje invade a tristeza...
Ledemir Bertagnoli
FATO CONSUMADO
Vou imaginar que você não foi embora...
Que posso lhe encontrar a qualquer instante, a qualquer hora...
E falar do meu amor incessantemente,
Tal como eu fazia outrora...
Quando as circunstâncias estiverem anuviadas...
Eu não temerei, permanecerei forte e desembaraçada...
Imaginando que, na paz da sua presença,
Eu ainda continuo protegida e amparada...
Quando eu tiver que assumir riscos e encarar desafios...
Eu os enfrentarei, como se enfrenta os rebojos dos rios...
Porque vou acreditar que você ainda pilota o meu barco
Como o fez, por meses e meses a fio...
Quando eu tiver que viajar...
Pra perto, pra longe ou pra qualquer lugar...
Manterei o coração aquecido quando em você eu pensar,
Imaginando que o seu amor irrestrito
Irá me esperar de braços abertos, quando eu retornar...
Quando eu olhar as vitrines e ver perfumes, lingeries charmosas,
Vestidos insinuantes que me deixam formosa...
Eu os comprarei e para você os usarei...
Imaginando que ainda posso lhe seduzir com os meus ardis de mulher fogosa...
Só para ouvir você dizer que ainda me acha irreverente e gostosa ...
Quando eu passar naquela rua que testemunhou
O nosso primeiro beijo e o nosso primeiro abraço...
Eu não chorarei... verá que tenho nervos de aço...
Porque vou imaginar que você apenas se escondeu por um instante...
Para aparecer sorrindo diante da minha aflição e do meu embaraço...
Sim...
Ficarei imaginando e fazendo de conta por tempo incalculado...
Até que meu ser, encare sem enlouquecer,
O seu afastamento inesperado...
E aceite, por fim, a sua ausência...
Apenas e tão somente como
Um fato consumado!!!