Penso em ti com a ternura do amor inconsolado
através da amargura da distância...
Queria entregar-me em teus braços,
fechar os olhos e aprender a ser feliz...
Desconheço de onde veio a força desta saudade
mas sempre que fecho os olhos
consigo sentir o arrepio fabuloso da tua língua...
como se todo este tempo que passou
fossem apenas horas formais de banalidade...
Conheço a solidão como uma segunda pele....
porém, sempre que adormeço
volto ao conforto côncavo do teu abraço...
Recordo o teu cheiro... a sua memória
ainda enche o meu coração de luz e calor...
Fazes-me falta por entre o silêncio...
na razão das coisas e no movimento do olhar.
Vagueio por entre a noite como um espírito
tentando reparar a tua ausência...
resgato os pedaços desta afeição do cofre fechado
que atirei para os fundos da minha alma.
A tua voz ressoa como um murmúrio doce
nesta madrugada em que a chuva cai lá fora...
Quantas vezes eu já não toquei o vazio, na esperança de te sentir...
Quantas vezes eu já não ergui minha mão, com vontade de acariciar teu rosto...
ou secar uma lágrima...
Quantas vezes eu não fechei os meus olhos, para poder visualizar tua boca sorrindo...
enquanto eu sentia que tu sorria... do outro lado.
Sinto tanto a tua falta...
Falta do teu calor...
Falta dos teus beijos...
Falta do teu olhar...
Mas a tua voz me aquece, me acaricia, me embala nas minhas noites vazias...
E a esperança preenche meus sonhos.
A esperança de que não tarde o próximo dia em que vamos nos encontrar.
E de que não tarde, o dia em que não vamos mais nos separar...
CrisMaia