Que fazer?
Dos meus olhos que fitam as estrelas em busca dos teus?
Se todos os diálogos se perdem no silêncio da minha voz que grita...
A procurar-te, sabendo que como aquele só existe um
único no mundo...
Que fazer de todas as buscas inúteis?
E das palavras não ditas quando até o silêncio se
torna eloquente.
Da procura das mãos onde se encontram todos os desejos...
Dos gestos mudos a se perderem na mudez dos corpos.
E da ausência do toque amado?
Que fazer do teu rosto que ocupa toda uma saudade?
E se faz presente no esboço de uma poesia?
De que me servem as palavras se elas não alcançam o destino do teu coração e a certeza de todas as carícias?
Que fazer?
Do meu corpo que se debruça nas brumas da saudade...
Dos meus lábios órfãos dos teus?
Do sussurrar rouco de tuas palavras a se perderem no
vazio dessa noite?
E da ausência do teu toque a preencher meus cantos...
Que fazer?
LuBeau
Eu e você
Uma longa história...Começou ao acaso...
E ficou na memória...
A cada passo
Você foi se mostrando...
E enquanto te revelavas...
Eu me apaixonando...
E contigo sonhava...
A brincadeira crescendo...
Você se insinuando...
Eu me envolvendo...
E tu sempre me buscando...
O sentimento foi nos tomando...
Quando nos demos conta
Já não tínhamos mais comando
Do que não tinha volta...
Brindamos o que vivíamos...
Mesmo sem futuro.
Amava-nos...
Sem pensar no obscuro.
Estávamos indissolúveis...
E ao mesmo tempo inseguros...
Pois nossos mundos eram inviáveis...
E, portanto sem porto seguro...
Encontramos-nos e nos desencontramos...
Um no outro e sem perceber...
Que da água e do vinho nos diferenciávamos
E agora o que fazer para esse amor não perecer?
Eu e você! Mesmo sabendo que a gente se adora...
Uma história de amor inacabada...
Em que valeu tudo e nada...
Você e eu! O que será de nós agora!
Carmen Cecília
Vou caminhando...
Agora sozinha...
Você não está ao meu lado...
E esse mundo encantado
ficou agora incolor...
Vejo-me vagando
como um zumbi...
Você não está mais aqui...
Meu dia de sol
Ficou breu.
Sem seu céu
Que me dourava.
Como ficar sem você...
Que minha boca buscava
E o meu sorriso contornava...
E quando meu olho encontrava
iluminava e seduzia...
Conduzia-me...
por místicos lugares...
Mostrava-me esses sabores
de nós dois...
Como sobreviver
a essa sua ausência?
Você meu ser amado! Adorado!
Entre labirintos me achou...
mas não me ensinou
a viver sem você!
Carmen Cecilia