Devagarinho, caminho por cada rua que vivi com você...
Meu cheiro misturado com o seu...
Está em cada esquina...
Em cada banco de praça...
Em cada calçada adornada...
Adornada de lembranças, que são, para mim, valiosa herança.
Devagarinho, ouço aquela música tomando uma taça de vinho...
Sinto meu corpo queimar, quimera, pois não passa de primavera...
O verão que marcou aquela música, aquele vinho, já era...
Era que marcou o romance mais ávido, do sol mais dourado e do amor mais sagrado!
Devagarinho, abro as portas do passado...
Passado ainda presente, que a dor veemente insiste em ficar...
Você foi como uma linda e longa viagem de trem...
Chegou, lindamente ficou, e tristemente partiu...
Ora, foi mesmo uma viagem...
Daquelas que os personagens não morrem...
E nunca deixam de existir...
Camila Senna
Engano...
Caminharei pelas manhãs de minha alma nua
quando acordar de minhas noites insones
E lembrar-me dos sonhos que não tive...
Buscando a noite quando o sol empresta seu
brilho a lua que encanta aos amantes.
Subo ao palco, onde exponho minha tristeza...
Na platéia uma cadeira vazia, sob a qual escondo
um coração que dói, uma esperança que some
no saltar das horas de uma saudade que aposta
que não consigo te esquecer...
Esgueiro-me sonâmbulo pelos becos das lembranças
tecendo planos de um amanhã onde não te vejo...
Passeastes por meu coração como em férias a beira mar...
Espalhei flores no caminho para perfumar teus pés...
Encantei-me com teus beijos, me hipnotizei em teu olhar...
Não faz tanto tempo...
Acreditei que era para sempre...
Levei-te além de meus limites...
...Enquanto você apenas brincava de amar...
AlexSimas
>