Vem, mude o verbo, fale de amor
tire o fel, dos teus lábios quero o mel.
Adoce a vida, apazigue em mim a dor.
Vem, mude a direção, contorne, retorne,
há bocas de leões ferozes, famintas,
que povoam campos abertos, minados.
Vem mude o verbo, fale de amor,
fale do essencial submerso no mar,
da luz, que acende a chama da intuição.
Vem a mim doce, suave pluma, liberto,
desperto em nuvem, em flutuante poesia.
Quero-te em mim cálido, aberto em flor
No contorno dos lábios, na íris do olhar,
embevecida na alma a tua luz cristalina.
Vem mude o verbo e fale-me de amor.