e inimiga mortal da frustração.
Hugo Marietán, psiquiatra e diretor da publicação argentina da Clínica Neuropsiquiátrica Alcmeon, define a pessoa perfeccionista como aquela que esforça-se em melhorar o êxito de seu objetivo seguindo um padrão ideal. Estas pessoas tendem a dar uma importância exagerada a tudo e nunca se sentem satisfeitas. Entretêm-se mais do que necessário em pequenas tarefas, embora sempre fiquem com a sensação de que poderiam ter feito ainda melhor.
A maioria das vezes conseguem seu objetivo, porém a energia e o tempo gastos para alcançá-lo são sufocantes. "São detalhistas, meticulosos e caprichosos frente ao que desejam aperfeiçoar", explica Marietán.
O problema é que quando alguma coisa fracassa surge a frustação, sentimento que não toleram e que os faz cair numa crise de tristeza, agressividade e culpa.
Não é patologia
O perfeccionismo costuma ser definido por uma "síndrome depressiva derivada de frustações e dos fracassos que descompensam. O perfeccionista apresenta uma formação rígida que o impede de adaptar-se a diferentes situações. O problema está na personalidade do perfeccionista, e pode ser confundido com o transtorno obsessivo-compulsivo e receber tratamento errôneo.
Porém a grande diferença entre eles é que o obsessivo-compulsivo tem uma idéia que considera absurda, irracional e que gera tensão. Por isso, deve realizá-la como um ritual, ou seja, apresentar uma conduta compulsiva. A obsessão deixa sem vontade. Enquanto que o perfeccionista tenta realizar o trabalho sempre da melhor maneira possível, nunca ficando satisfeito com o resultado.
Os tipos de perfeição
A psicóloga americana, Mônica Ramirez Brasco, em seu livro"Never 600d Enought. Freing Yourself for the Chairs of perfectionism" (Nunca suficientemente bom: Liberte-se da cadeia do perfeccionismo.), identifica dois tipos de perfeccionistas:
* Introspectivo: Apresentam pouca auto-estima e confiança. Sentem que qualquer erro será terrível e que errando não contariam com o carinho e a aprovação dos outros. Nunca estão satisfeitos com eles mesmos.
* Extropectivos: Não apresentam baixa auto-estima, porém não confiam nas habilidades ou capacidades do restante do grupo de trabalho e, por isso, não conseguem delegar. Exigem das pessoas a perfeição que eles procuram em si mesmos.
O perfeccionista espera que todos ao redor sejam perfeitos e se incomoda quando não consegue aplicar aos outros suas regras de disciplina. As pessoas do seu convívio não conhecem suas expectativas, o que gera tensão com sua família, amigos e colegas, e um grande sentimento de raiva. A chave está em entender que não é possível obrigar outras pessoas a ter atitudes perfeccionistas.
O indivíduo com personalidade perfeccionista pode mudar sua conduta, aos poucos e com êxito. Deve aprender a dar prioridades às suas atividades, sem fazer tudo de um modo extremamente perfeito, já que é isso o que faz perder de vista o objetivo principal de suas ações.
Deve aprender a dar certo realismo as conseqüências do que acontecerá se não terminar o serviço em dia. Desta forma poderá conhecer a realidade de todos os aspectos de sua vida.
Hugo Marietán - psiquiatra e diretor da publicação argentina da Clínica Neuropsiquiátrica Alcmeon
Marilia De Las Heras