"Amados, se Deus assim nos amou, também nós devemos amar uns aos outros." I João 4:11
Um dia, um rapaz pobre, que vendia mercadorias de porta em porta para pagar seus estudos, percebeu que só lhe restava pouco mais de alguns centavos e que sua fome era insuportável.
Decidiu que pediria comida na próxima casa. Porém, seus nervos o traíram, quando uma linda e jovem mulher lhe abriu a porta. Em vez de comida, pediu um copo de água. Ela percebeu que aquele jovem estava faminto, e assim lhe deu um grande copo de leite.
Ele bebeu devagar e depois perguntou:
- Quanto lhe devo?
Respondeu ela:
- Você não me deve nada. Minha mãe sempre me ensinou a nunca aceitar pagamento por uma oferta caridosa.
Ele agradeceu de todo o coração e quando saiu daquela casa, o jovem Howard Kelly não só se sentiu mais forte fisicamente, mas também sua fé em Deus e nos homens ficou mais forte. Ele já tinha decidido a se render e deixara tudo de lado.
Alguns anos depois, essa jovem mulher ficou gravemente doente. Os médicos locais estavam confusos e mandaram-na para a cidade grande, onde chamaram um médico especialista para estudar sua rara enfermidade. O médico chamado foi o Dr. Howard Kelly.
Quando escutou o nome do povoado de onde ela viera, uma estranha luz encheu seus olhos. Imediatamente, foi ver a paciente.
Reconhecendo aquela mulher, determinou-se a fazer o melhor para salvar aquela vida. Passou a dedicar atenção especial àquela paciente
Depois de uma demorada luta pela vida da enferma, ganhou a batalha.
O Dr. Kelly pediu à administração do hospital que lhe enviasse a fatura total dos gastos para aprová-la. Ele a conferiu e depois escreveu algo e mandou entrega-la no quarto da paciente.
Ela tinha medo de abrir, porque sabia que levaria o resto da sua vida para pagar todos os gastos. Mas finalmente abriu a fatura, e algo lhe chamou a atenção, pois estava escrito o seguinte:
“Totalmente pago há anos com um copo de leite”. Dr Howard Kelly.
Lágrimas de alegria correram dos olhos da mulher e seu coração feliz agradeceu a Deus.
Quando eu era uma menina, racismo era coisa absolutamente inexistente para nós, crianças. Aliás, para mim, desde que nasci. Minha mãe conta que eu não queria mamar em seus seios brancos. Só queria saber de amas de leite, quanto mais fartas em peitos, quanto mais negras, mais eu gostava. Chegava a resfolegar de satisfação.
Desde bem menina, meus amigos mais chegados eram negros. E bem mais pobres do que eu. E foi assim durante muito tempo. Lembro, quando era maiorzinha, a empregada lá de casa foi me chamar para almoçar. Eu estava no campinho, conversando com meu amigo Alcir, meu obi-wan kenobi em termos musicais. A Maria me chamou, fomos para casa e no caminho ela perguntou: “esse crioulo é seu amigo?” Eu perguntei: “Que crioulo?” Ela apontou para o meu amigo e ali eu percebi, pela primeira vez, que o Alcir era da raça negra. Juro que não tinha percebido, aliás, ninguém daquela época se ligava nessas coisas. Gostávamos das pessoas pelas afinidades, não por cor de pele ou condição econômica semelhante à nossa.
Samany lua