A espera de um milagre.
Ela estava tão feliz pela posse de um pouco de água limpa,
E saiu com o balde na cabeça como quem leva um troféu.
Olhos brilhantes, sorriso rasgado,
Possuía um tesouro: água pra beber...
E nós confortavelmente no sofá, depois de um farto almoço,
Com o coração apertado, não pudemos conter as lágrimas
Diante da miséria humana que a reportagem mostrava.
A criancinha comia um biscoito que a mãe lhe oferecera.
Biscoito de barro, água, sal e manteiga...
A senhora de idade, sem dentes, e sem sorrisos,
Com a face marcada pelas rugas da fome
E do esquecimento,
Vasculha no lixo a esperança de um alimento encontrar
E, desolada, desiste, não há o que comer, nem lixo.
Em prece junta as mãos olhando o céu,
Parada no meio do nada.
E nós no sofá, nada confortável com o que víamos...
Tanta fome, tanto descaso do mundo, tanto sofrimento...
E o terremoto veio e destruiu o pouco que havia,
E matou milhares de coitados que se arrastavam pela vida,
E que agora jaziam sob os escombros do que chamavam de lar.
Eles esperavam um milagre:
Que o mundo olhasse sua miséria
E tivesse compaixão.
O mundo viu sua pobreza,
Olhou para a fome e a desesperança
Do idoso, do jovem, da mãe e da criança...
O mundo assistiu a tudo, do sofá de suas salas
Tão distante daquela realidade...
E chorou, lamentou e calou...
Será que o milagre, enfim, viera?
E dos escombros nasceria a solução?
Será, meu Deus?...
Ela estava tão feliz pela posse de um pouco de água limpa,
E saiu com o balde na cabeça como quem leva um troféu.
Olhos brilhantes, sorriso rasgado,
Possuía um tesouro: água pra beber...
E nós confortavelmente no sofá, depois de um farto almoço,
Com o coração apertado, não pudemos conter as lágrimas
Diante da miséria humana que a reportagem mostrava.
A criancinha comia um biscoito que a mãe lhe oferecera.
Biscoito de barro, água, sal e manteiga...
A senhora de idade, sem dentes, e sem sorrisos,
Com a face marcada pelas rugas da fome
E do esquecimento,
Vasculha no lixo a esperança de um alimento encontrar
E, desolada, desiste, não há o que comer, nem lixo.
Em prece junta as mãos olhando o céu,
Parada no meio do nada.
E nós no sofá, nada confortável com o que víamos...
Tanta fome, tanto descaso do mundo, tanto sofrimento...
E o terremoto veio e destruiu o pouco que havia,
E matou milhares de coitados que se arrastavam pela vida,
E que agora jaziam sob os escombros do que chamavam de lar.
Eles esperavam um milagre:
Que o mundo olhasse sua miséria
E tivesse compaixão.
O mundo viu sua pobreza,
Olhou para a fome e a desesperança
Do idoso, do jovem, da mãe e da criança...
O mundo assistiu a tudo, do sofá de suas salas
Tão distante daquela realidade...
E chorou, lamentou e calou...
Será que o milagre, enfim, viera?
E dos escombros nasceria a solução?
Será, meu Deus?...
Lídia Sirena Vandresen