De interioridades
Não há palavra que me traduza
Quando a solidão de mim mesma
Escreve-se em meus pensares
Nem mesmo as tantas metáforas
Que solfejam em minha inspiração
Quando as letras cantam em meus olhos
E ainda são pequenas em minhas mãos
Como se afônica fosse a melodia
Que releva minha existência
Meus signos, quem os sabe?
Se tantas vezes é minha fala
Idioma desconhecido
Para a gramática dos meus lábios
Linguagem estrangeira
Do que jamais se disse
Cobre-me um mar de silêncios
Tanta imensidão, tanta
Ondas de sílabas suspensas
Minhas mãos não sabem transbordar
Versos que enchem olhares rasos