MEUS VERSOS
ANNA PERALVA
Meus versos,
são o reflexo da minha alma,
às vezes mergulhada em águas fundas
e em outras tantas,
brotam como gotas orvalhadas
tal qual o sereno que beija a flor
em noite enluarada.
De quando em vez,
é mar enfurecido
e, logo após,
um lago tranqüilo e cristalino
onde flutuam meus anseios e desejos,
os sonhos adormecidos no tempo
e os que teimo em sonhar...
Neles, os pensamentos criam asas
e mesmo que voem por labirintos e abismos,
transponho as pontes e cruzo os oceanos;
pois assim meu paraíso
hei de encontrar...
Meus versos são emoções entrelaçadas
em sentimentos profundos e sofridos.
Ora vêm sem sentido,
perdidos...Com o gosto salgado
das lágrimas escorridas
às escondidas;
Ou...Soam aos meus ouvidos
como acalanto,
carícias suaves que me renovam
e secam o pranto.
...São o verso e o reverso do meu ser,
conflitos e calmaria,
ansiedade e serenidade,
imaginação e realidade
e me fazem companhia
na espera de novos dias...
São lanternas que iluminam
os momentos de escuridão
e guardam em jardins secretos
um tempo de Paz.
São minha fonte de energia
e a certeza de felicidade,
o oásis que refrigera
o deserto da solidão;
pequenos fragmentos de Luz
explodindo Vida
em forma de simples palavras,
que dissolvem meus medos
e assim abro o coração:
casulo onde abrigo
o mistério oculto da Fé...