Adeus, querido Walmor Chagas
O céu escureceu e às estrelas
desapareceram, a lua se escondeu sem o seu bordado, para aguardar uma
estrela que brilhou na terra e estava indo ao encalço das outras
estrelas para brilhar eternamente. Senti um aperto no coração sem saber a
razão, dormi na pequena morte, não senti dor, seguramente nos
encontramos e sorrimos, mas, alertei não venha me buscar, prefiro ficar
na terra com os meus orixás e meu Deus, que me protegem. Sei da
competição e do grupo que quer minha cabeça, não preciso ter dez mil
amigos no Fecebook, tenho os que posso contar, trabalhamos juntos poso
contar com estes e minha família, estou mais velha,segundo o mapa astral
do Frei Elizeu, trabalhamos juntos em o Pagador de promessa, pela Globo
em Salvador, as filmagens foram feitas no Carmo, eu fazia o papel de
uma beata sempre perto do Walmor Chagas que interpretava o padre,na cena
que estávamos dentro da igreja e o Pagador de promessa com a cruz batia
na porta para entrar na igreja, momento de tensão, foi quando o diretor
da cena ordenou que ficássemos todos dentro da igreja, pois a cena
seria rodada duas horas depois, a maquiadora com a pedra japonesa que
passa nos olhos para forçar o choro e uma atriz a correr para passar nos
olhos dos atores para que chorassem, eu corria dentro da igreja e
Walmor sorria, feito a cena. Fui retirar minha maquilagem de velha e
soltei meus cabelos longos, fomos almoçar e o Walmor sempre sorrindo
dizia: “Aquela beata velha que estava do meu lado, quando tira a
maquilagem fica jovem, são lindos os seus cabelos Varenka”. E o sorriso
de Walmor Chagas ficará guardado na minha lembrança por toda minha vida.
Varenka de Fátima Araújo