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Whitney Houston kisss
Fiquei sabendo da morte de Whitney Houston pelas redes sociais. Um amigo tinha visto a notícia no site "TMZ", o mesmo que publicou em primeira mão a morte de Michael Jackson.

Mas será que era verdade? Ainda não havia nada no UOL nem em outros grandes portais. Aí resolvi "googlar" "Whitney Houston dead", e surgiu um link que me fez suspirar aliviado.

Uma assessora da cantora desmentia os boatos. "Acabei de falar com ela. Whitney está em sua casa em Nova Jersey e não entende porque ficam inventando essas coisas horríveis, justo agora que ela está bem". Ufa. Ainda bem. Aí fui conferir a data da notícia: 13 de setembro do ano passado.

Assim como a morte de Amy Winehouse, a de Whitney Houston foi um choque --mas não foi uma surpresa. Há mais de dez anos que sabíamos que ela tinha problemas com drogas, álcool e remédios. E, assim como Amy, parecia que Whitney tinha tomado tento na vida.

Mas, ao contrário de sua colega inglesa, Whitney Houston não começou a carreira posando de "bad girl". Quando surgiu em 1985, ela era a anti-Madonna, que havia acabado de estourar no mundo inteiro com suas músicas insinuantes e seus crucifixos. Whitney, por outro lado, era bem comportada e bem arrumada, o protótipo da boa moça de família.

E que família, hein? Sua mãe Cissy foi uma grande cantora de gospel, e uma de suas tias era Dionne Warwick; sua madrinha era ninguém menos que Aretha Franklin. Abençoada pela genética com voz e beleza, Whitney parecia destinada à glória.

Durante alguns anos ela foi a cantora que mais vendia discos no planeta, geralmente baladonas com letras que falavam em autoestima e confiança em si mesma. Whitney foi, de certa forma, a garota-símbolo da nova classe média negra americana, que estava melhorando de vida e em breve teria força até para eleger um presidente.
A cantora Whitney Houston durante premiação do American Music Awards, ocorrida em Los Angeles em 2009

Mas, de uns anos para cá. tudo começou a degringolar: o tumultuado casamento com Bobby Brown, as prisões em aeroportos com maconha e cocaína, os deslizes profissionais. Em 2000, ela estava escalada para cantar na cerimônia de entrega do Oscar. Mas faltou tantas vezes aos ensaios que Burt Bacharach, diretor musical do evento, a "despediu". Um vexame.

Whitney ficou sete anos sem gravar, até que ressurgiu em 2009 com o disco "I Look to You". Estava "limpa", cheia de si, aparentemente recuperada. O álbum continha uma faixa chamada "I Didn"t Know My Own Strength" (eu não conhecia minha própria força) e vendeu muito bem. Seguiram-se uma turnê internacional e aparições na TV. A clássica volta por cima.

Escrevo este texto quando ainda não se sabe a causa da morte de Whitney Houston: só que ela foi encontrada morta na banheira de sua suíte num hotel em Beverly Hills. Mas já existem relatos de suas aparições na semana passada em que não parecia estar bem. Vamos aguardar.

Nunca fui fã de Whitney Houston, mas sua morte me deixou triste. Também é horrível a sensação de que já passamos por isto antes: Amy Winehouse, Michael Jackson, Cássia Eller, Elis Regina Pior ainda é não ficar surpreso. O mundo é cruel, mas a gente se acostuma.

*Tony Goes tem 50 anos. Nasceu no Rio de Janeiro mas vive em São Paulo desde pequeno. É publicitário em período integral e blogueiro, roteirista e colunista nas horas vagas. Escreveu para vários programas de TV e alguns longas-metragens, e assina a coluna "Pergunte ao Amigo Gay" na revista "Women"s Health". Colaborador frequente da revista "Junior" e da Folha Ilustrada, foi um dos colunistas a comentar o "Big Brother 11" na Folha.com.
Necropsia de Whitney Houston revela que havia água em seus pulmões

A necropsia realizada no corpo de Whitney Houston neste domingo (12) revela que havia água em seus pulmões quando ela morreu. O exame, no entanto, precisa determinar exatamente quanto de água havia nos pulmões antes de poder concluir se ela morreu como resultado de afogamento. As informações são do site especializado em celebridades TMZ.

Segundo o site, autoridades acreditam que Whitney dormiu ou ficou inconsciente enquanto estava na banheira. As autoridades ainda não conseguem definir se Houston morreu antes de ficar submersa na banheira ou depois. Há a possibilidade de ela ter morrido antes. O resultado do exame toxicológico sai em até seis semanas.
Aos 48 anos, Whitney foi encontrada morta na banheira no último sábado (11). No quarto do hotel não foram encontradas drogas e bebidas alcoólicas. Policiais disseram que localizaram apenas frascos e cápsulas de remédios.
Uma das hipóteses para a morte da artista é a de que ela dormiu na banheira. Houston tomava Xanax, remédio que, misturado com álcool, pode sedar uma pessoa. Membros da família da cantora afirmaram ao TMZ que o remédio foi receitado por médicos para controlar ansiedade e depressão.

Balões, flores e cartões são deixados no portão da igreja The New Hope Baptist Church, onde Whitney Houston cantava quando criança (12/2/12) Adam Hunger/Reuters
Whitney foi encontrada pela cabeleireira e pelos seguranças, que estranharam a demora dela no banheiro e arrombaram a porta. A cabeleireira teria ficado desesperada quando viu o corpo mergulhado. A cantora participaria da festa pré-Grammy.
Na quinta-feira (9), Whitney foi para a boate "Tru" com o ex-namorado Ray J e saiu na madrugada de sexta-feira (10) num estado “lastimável”, segundo testemunhas.
Segundo a polícia de Beverly Hills, seguranças do hotel fizeram uma ligação de emergência para Houston às 15h43 locais (21h43 no horário de Brasília). Uma equipe de paramédicos já estaria no hotel por conta de uma festa do Grammy e teria tentado ressuscitá-la, sem sucesso. Às 15h55, ela foi declarada morta.
Whitney falou com sua mãe, Cissy Houston, e com sua prima, Dionne Warwick, horas antes de morrer. Ambas disseram que não perceberam nada de diferente com a cantora e que ela estava com uma voz normal no telefone. A conversa teria girado em torno da participação de Whitney na festa pré-Grammy organizada por Clive Davis.

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"Garota de ouro"
Celebrada como "a garota de ouro" da indústria fonográfica entre as décadas de 80 e 90, a carreira de Houston andava ofuscada por problemas com drogas, bebida e violência doméstica.
No final de 2009 e início de 2010, após anos de luta contra a dependência química, ela ensaiou uma fracassada volta aos palcos. Na parte inicial de sua turnê britânica, parecia sofrer com falta de ar quando cantava. Em Paris, chegou a ser hospitalizada com uma infecção respiratória e adiou várias apresentações. Na Austrália, sua passagem foi vaiada por fãs e critica pela imprensa especializada.

Whitney Houston chegou a vender 55 milhões de discos, só nos Estados Unidos. O sucesso a levou da música para o cinema, atuando em filmes como "O Guarda-Costas", com Kevin Costner, e "Falando de Amor", dirigido por Forest Whitaker.

Nessa mesma época, influenciou uma geração de cantoras como Christina Aguilera e Mariah Carey até que sua voz e imagem foram destruídas pelo uso de drogas e a vida pessoal tumultuada com seu último marido, o cantor Bobby Brown.

No final de sua carreira, Houston tornou-se célebre


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