Confissões a Lua
Réstias de final de madrugada
Iam-se tangidas pela aurora
Ao final de mais uma noite
De conversas e dores confessadas
A confessora me ouve atenta
A sorrir-me sempre sua face pálida
A liturgia do encontro diuturno
Rezava o aziago que me trazia n’alma
Embora sempre atenta a ouvinte
Segue sem interromper seu passeio
Derramando olhar pressago ao penitente
Fala-lhe em seu silencio que a mágoa
Nada mais é que amarga prisão de correntes
Foi-se a amiga assim como veio
Com promessa de voltar novamente
Levando com ela segredos confessos
E a promessa de quando voltar
Encontrar um amigo mais contente
Deito o olhar emocionado ao horizonte
Despeço-me da amiga que me deixa um adágio
Falou-me a lua afagando-me o coração
Que magoas são feridas que não se cura ao tempo
O único balsamo a curá-las é a aceitação
(SamisxelA)