TEMPO ESCORRIDO
Deitei-me sobre o sofá
em que o tempo amarelou os sonhos
O sol ainda era vivo
e as fotografias não sorriam na parede,
um tanto amareladas.
De longe ouvi as badaladas
do carrilhão
despertando antigas lembranças.
E nesta hora triste do lusco-fusco
algumas estrelas
já brilhavam no horizonte.
Fechei os olhos diante do escuro de mim.
A noite cobrira-me de negro
O chá posto na mesa perdera o quente
o morno
já agora frio, sem gosto.
O aroma alecrim da vida
perdeu-se na infância
que se perdeu na memória.
Tatuado em minh"alma: o teu sorriso
O brilho no teu olhar,
a ternura do teu amor:
Um misto
de muito desejo.
Fecho os olhos,
e,
devagarinho,
ela,
a queda,
silenciosa,
a lágrima
- Saudade!
®Verluci Almeida & Clebber Bianchi
Direitos Autorais protegidos
pela Lei 9.610 de 19/02/98.
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