Shakespeare
VERA
PRINCESA CIGANA
Seus grandes olhos verdes,
A tez morena, cor de cobre
Pouco à pouco, se descobre,
Seus traços de nobreza,
É uma cigana, princesa.
Das estepes é a realeza,
Posiciona-se com firmeza,
Sem nunca perder a sensualidade.
De noite à luz das fogueiras,
Que iluminam a noite estrelada,
Reunidos, todos conversam.
De repende, ouve-se o som ,
De um pandeiro e castanholas,
Tocam em ritmo alucinante,
Os violões e as violas.
Ao fundo aparece um vulto,
Envolto em saias e véus,
Levam todos, aos céus.
É a princesa de rosto oculto,
Ela inicia um frenético balé.
Ah ! Quando ela dança,
Meu coração balança...
Estou perdido de amor,
Ela faz meus sonhos delirar,
Já não sei como suportar,
Nem, ao menos, me portar,
Frente a tal situação.
Ela é da nobreza, eu não.
Mas, sinto que ela me vê,
Quando seus olhos ,
Encontram os meus.
E, vejo bem, no fundo
Dos olhos seus,
Uma faisca de paixão..
Ou será que é minha ilusão?
Quem sabe uma alucinação,
Que atormenta minh"alma,
Tirando-me toda calma.
Oh, dúvida cruel, sedução.
Assim vou levando a vida,
Por esta linda cigana seduzido,
Não consigo mais, encontrar,
Meu rumo, meu caminho para voltar.
Porque sei, que esta união é impossível,
Ela é uma princesa e eu sou um plebeu,
Mas o destino, este fato esqueceu,
E foi deixar, eu me apaixonar,
Por esta beleza magiar,
Que só de longe posso ver,
Como é grande o meu sofrer
( Marco Orsi )
online