Companheirismo
Maria Lucilia Cardoso

Companheirismo... onde estás?
Não te encontro mais!
Perdestes-te em alguma esquina sombria da vida?
Ou roubaram-te, num rompante, dos corações?
Estás em triste cárcere esperando pela liberdade?
Ou te escondes por temer as desilusões?
Ah! Companheirismo... quanta saudades de ti sinto.
Dos momentos em que tu eras a pura multiplicação,
Simples, pura, de todos os sentimentos e valores.
Dos momentos tristes ou felizes era a sublime superação.
Dos momentos de saudades eras o consolo amigo,
Dos amores desfeitos eras a ajuda na superação.
Não importa qual a causa ou efeito,
Trazias sempre alento ao coração.
Compartilhando cada simples detalhe,
Ou cada imenso sentimento,
Fazias-te, um aliado fiel, sempre presente,
Trazendo atado em teu ser o real envolvimento.
Preciso te encontrar novamente – quebrar os grilhões que te prendem,
Para devolver a este triste universo, de ser companheiro, o sentido,
Pois és completo – mistura homogenia de todos os princípios,
É uma dádiva... não poderias ser destituído.
És o ombro que consola a dor – o sorriso fraterno de bom dia,
O abraço amigo – a paixão retribuída.
O amor sincero – a eterna amizade,
O calor e a luz na noite escura... fria – no abandono a alma doída.
És o elo que junta os seres humanos,
Os torna fortes – livres de toda ironia.
Os ensina a partilhar os sonhos – a conquistar espaços,
Oh! Companheirismo és a pura harmonia!