Balanço
Quando ainda muito jovem, mais precisamente na adolescência, eu olhava para frente, e munida de muita esperança, força de vontade e determinação eu pensava em ser mais. E assim fui vivendo ano após ano e sempre me vendo assim: mais determinada, mais cheia de vida, mais bonita, mais amiga, mais filha, mais construtora, mais esposa, mais mãe, mais cheia de expectativa, mais vencedora, mais apaixonada, mais amada, mais criativa, mais tolerante, mais, mais e mais.
Hoje depois de tanto tempo, MAIS de 30 anos aos 44, resolvi dar uma freada na corrida, parar um pouco e resolvi olhar para trás.
Surpreendentemente vejo que na atual conjuntura eu sou menos alegre, menos impulsiva, menos cordial, menos positiva, menos bonita, menos esposa, menos vencedora, menos tolerante, menos amada, menos apaixonada, menos criativa, menos construtora. Quem sabe menos cheia de vida, com menos fé, menos colaboradora, menos cobradora, menos esperançosa. Enfim, eu sou tanto menos que nem vale a pena falar mais.
Sei que se for somado MAIS com MENOS, irá dar MENOS, matematicamente falando, portanto eu sei que não posso viver do que fui, do que sou, nem do que serei. Só sei que me resta o consolo e a certeza de saber que sempre serei EU MESMA

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