O Deus presente que muda qualquer situação”
Padre Luiz Carlos de Oliveira
“Feliz quem teme o Senhor”
A família de Deus
A celebração da Sagrada Família de Nazaré é um retrato de família. A Sagrada Família é descrita não pelos fatos e situações, mas por suas virtudes. A descrição que a Palavra de Deus faz para nós é o modelo a ser vivido. Não vamos ser iguais a ela, mas vamos viver como ela. Era uma família normal que vivia na simplicidade. Os evangelhos não tencionam só contar fatos, mas apresentar como os mistérios da revelação são acessíveis a todos. Jesus, Homem-Deus, viveu as condições humanas de seu tempo, onde viviam as outras pessoas e como elas viviam. Quando dizemos Sagrada Família de Nazaré, temos em mente as três pessoas e deixamos de lado o mundo em que viveram. O evangelho da festa diz: “Os pais de Jesus iam todos a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Quando ele completou 12 anos, subiram para a festa como de costume” (Lc 2,41-42). A Santa Família não era um quadro de parede, mas gente, como sua gente. Quando evangelho diz: “Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?” (Lc 2,49), está mostrando para a comunidade que Jesus tinha também sua missão dada pelo Pai. Jesus era tão natural, diríamos, que os cristãos poderiam pensar que não ia além daquilo. Maria, ao encontrá-Lo pergunta: “por que dessa vez você agiu diferente?”. Não entenderam a resposta. E Jesus continuou sua vida de obediência. “E crescia em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e diante dos homens” (Lc 2,52). A normalidade de Jesus como homem é uma evangelização para as nossas famílias que podem viver agradando a Deus em qualquer circunstância viverem. A família é um caminho normal para Deus.
Viver como a S. Família
A primeira leitura o livro do Eclesiástico mostra como se vive com os idosos. Maria e José talvez não tenham sido idosos, mas não viviam sozinhos. Seus avós talvez estivessem por ali. Viviam numa pequena comunidade de Nazaré com tudo o que tem de belo e triste. Eram uma família normal como as outras. O cuidado com os idosos é a chave do Céu. O quarto mandamento abre a lista dos mandamentos do relacionamento com os outros. O cuidado com os idosos devia fazer parte da vida de Nazaré. Obedecer a esse mandamento é condição para ser perdoado por Deus e ser ouvido em suas orações. A família de Jesus não era diferente das outras. E viviam juntos com os outros familiares. Viviam as virtudes enumeradas na carta de Paulo aos Colossenses. Ele nos oferece uma série de virtudes que são para todos e com toda a certeza já tinham sido experimentadas e curtidas naquela casinha no relacionamento familiar: misericórdia, bondade, humildade, paciência, mansidão, perdão, paz, agradecimento, alegria, solicitude um para com o outro, obediência etc... A Palavra de Deus anima essas virtudes. Por que não fazemos a experiência de viver esse modo de vida e depois dizer qual é o melhor
As dores de Nazaré
A família passou por problemas. E não foram poucos. A perda de Jesus na viagem de volta para Nazaré e as angústias que viveram mostram sua condição humana que é sempre cercada de sofrimentos, às vezes incompreensíveis. São fruto da fragilidade humana ou do pecado que nos cerca e envolve. Não se pode dizer “por que Deus fez isso comigo?”. É importante perguntar: “Como vou viver com Deus nessa situação?”. Não podemos viver de milagres. O maior milagre é viver bem na situação em que vivemos. Assim viveu Jesus, Maria e José: na simplicidade souberam educar o Filho de Deus
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