O Deus presente que muda qualquer situação”
Padre Luiz Carlos de Oliveira
Missionário Redentorista
“Vamos a Belém”
E o Verbo se fez carne
Por onde todo mundo passa, há sempre uma criança. Onde há uma criança, a vida sempre renasce. Uma criança é sempre uma para nossas vidas. Isso rezamos na oração da missa do Natal: “Ó Deus, que fizestes resplandecer esta noite santa com a claridade da verdadeira luz” (oração). A liturgia de Natal é muito rica e oferece ricos ensinamentos sobre o nascimento de Jesus. Apresenta os fatos e nos ensina a ver neles a benignidade de nosso Deus que, para mostrar seu amor, se encarna e nasce como uma criança. Ver o Deus Menino, deitado sobre o capim num cocho é ver a maior libertação da humanidade. Que liberdade maior que começar a salvação do mundo sem a mínima pretensão, nascendo na simplicidade? É uma escola magnífica. O Deus de nossa fé oferece amor e não impõe. Não temos coragem de acolher o Deus que nasce como uma criança. É fundamental, pois foi assim que tudo começou. Rios de tinta já correram para explicar os mistérios de Deus. Deus mesmo só deu um bilhete: “Encontrareis um recém-nascido, envolvido em faixas, deitado num cocho” (Lc 2,12). Sobre o capim, dentro de um cocho. Tudo indica que, se voltarmos a Belém, lá entre os animais, poderemos compreender as delicadezas do amor de Deus. Tudo que falamos e ensinamos está certo, mas deixamos de lado a ternura do amor. João, em seu evangelho, se encanta com esse mistério e diz que o “Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14). Habitar vai além de morar. Deus se fez vida de gente como a gente que O cercava. Em tudo foi humano, menos no pecado (Hb 4,15). Valoriza o ser humano como possível de ter o que é de Deus. Assim foi Jesus, Natureza Humana e Divina. A cena do presépio deve impregnar nossos corações.
Aqueles que O acolheram…
Os pastores são os primeiros visitantes. Atrás deles se forma a grande massa da humanidade que vive as mesmas condições e acolhe com a mesma alegria Aquele que vem responder a todas as suas esperanças. Ao canto dos Anjos se junta o encanto dos pastores. De longe, tudo tão belo. De perto, tudo tão simples. Depois que os Anjos os deixaram, os pastores disseram entre si: “Vamos a Belém, e vejamos o que aconteceu e o que o Senhor nos deu a conhecer” (Lc 2,15). Vêem como lhes fora anunciado. E contaram o que lhes fora dito a respeito do Menino. “Maria conservava todos esses acontecimentos e os meditava em seu coração”(19). Os que acolhem Jesus fazem dentro de si um laboratório que transforma em vida o que receberam por gestos e palavras. Por isso voltam glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido. O acolhimento se faz no coração depois de contemplar os fatos. Esse é o caminho da fé: crer é acolher e levar ao coração.
Receberam a graça
Somente vamos participar da Salvação que Jesus nos trouxe se assumirmos seu jeito de ser: humildade e alegria. Vamos a Belém. Não precisamos entender. O mistério não se entende, se acolhe. Basta fazer como Ele fez. Temos dois caminhos, como Jesus fez: deixou a aparência de sua divindade para ir ao encontro do outro. Para isso, assumiu a humildade, a simplicidade e a ternura. O acolhimento é a fonte de todas as graças, como nos escreve João: “De sua plenitude todos nós recebemos graça sobre graça” (Jo 1,16). Graça é o grande abraço do Deus que Se abaixa para mostrar sua ternura que é expressa na pessoa e nos gestos de Jesus. Natal é graça. Sem Jesus, ele perde sua graça. Voltemos para casa encantados com a graça de Deus manifestada em Jesus.
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