O Deus presente que muda qualquer situação”
Quem comer deste pão viverá
Como no deserto, os judeus murmuram contra Jesus recusando seu ensinamento e sua Pessoa. O pecado da murmuração é grave, pois inclui um ato de soberba por se fazerem juízes de Jesus recusando a afirmação de sua divindade: “Eu sou o Pão descido dos Céus”. O verbo “Eu Sou” O identifica com o Pai. Pelo fato de conheceram sua família recusam sua condição de enviado de Deus. Dizem: “Não é este o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como pode dizer que desceu do Céu?” (Jo 6,42). Jesus responde: “Não murmureis… Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E Eu o ressuscitarei no último dia” (43-44). Há uma razão mais profunda na recusa a Jesus: “Todo aquele que escutou o Pai, e por Ele foi instruído, vem a mim” (45). Para crer em Jesus é preciso ser instruído pelo Pai. Quem tem abertura ao Pai acolhe o Filho. Ele viu o Pai. Quem crê Nele tem a Vida Eterna. Esta vida vem do Pai e o Filho é aquele que a dá. Pela fé se tem esta Vida. Temos em seguida a proposta de Jesus como alimento: “Eu sou o Pão da Vida” (48). Jesus supera a maravilha do maná, pão vindo do Céu. “Vossos pais comeram o maná e morreram. Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer nunca morrerá” (49-50). Crer em Jesus e comer o Pão da Vida dá garantia de Vida Eterna, pois Jesus dá a Vida ao que crê e se alimenta do pão que é Ele. E continua: “Eu sou o Pão vivo descido do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo” (51). Mais adiante, no texto que não será lido este ano, Jesus diz que “se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (52). E haverá união de vida com Ele, pois “quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em mim e eu nele… e ele viverá por mim” (56).
A força do alimento
Como comentário a esse texto, temos a história de Elias que, fugindo da rainha Jesabel que queria matá-lo, recebe um alimento que lhe dá força para caminhar 40 dias até o monte Sinai onde se encontra com Deus. Vemos aqui os efeitos da Eucaristia: força para a vida e para encontro com Deus, em certo sentido, de ressurreição. Ser instruído por Deus é crer em Jesus. Essa fé dá a Vida Eterna. Crer em Jesus é acolhê-lo como vindo do Pai. Quem come desse pão tem a Vida. Cremos e O encontramos no pão da Eucaristia que é sua carne entregue e seu sangue derramado para a vida do mundo. Vemos aqui a noção de Ceia Eucarística que é presença e atuação da Morte e da Ressurreição do Senhor. Crendo rezamos: “Provai e vede quão suave é o Senhor! Feliz o homem que tem nele o seu refúgio!” (Sl 33). A história de Elias confirma para nós a grandeza e a força da Eucaristia.
Imitadores de Deus
Os frutos do alimento celeste, o Pão da Vida, mudam nosso modo de viver. Paulo diz aos efésios que se revistam de Cristo. Continuando em sua orientação, convida: “Sede imitadores de Deus, como filhos que Ele ama. Vivei no amor como Cristo nos amou e se entregou a si mesmo a Deus por nós, em oblação e sacrifício de suave odor” (Ef 5,1-20). Paulo ensina a não contristar o Espírito Santo com o qual foram marcados. Viver em Cristo significa viver uma boa vida comunitária: “Toda amargura, irrigação, gritaria, injúria, devem desaparecer. Sede bons uns para com os outros: compassivos, perdoando-vos mutuamente como Deus vos perdoou em Cristo” (Ef 4,30-32). O Pão da Vida que comemos nos une a Deus e modela nossa vida na comunidade. Ele gera comunhão.
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