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O Deus presente que muda qualquer situação”
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Quando era criança, gostava de sentar nos antios bancos da farmácia do meu pai e observar tudo.
Acompanhava os curaticos, por pior que fossem, a morte não me chocava, gostava de apanhar pentes e, subindo no banco,postava-me a pentear os cabelos encaracolados dos negros ou brancos que ali sentavam.
Fui ensinada a não ter preconceitos.
Damesma forma que ali brincava de vendas de sabonetes, pentes e pastas de dentes, perfumes e o velho xarope "São João", Pomada Minâncora, brincava com as netas do dono da usina.
Pela manhã, bem cedo, era acordada com antigas músicas sertanejas de "Teixerinha " e das mulheres cantarolando carregando suas marmitas parcas, embarcando em caminhões, pernas cobertas por calças toscas, vestidos e bulsas recobrindo toda a pele, lenços e chapéus protegendo o rosto do sol escaldante.
E , nos meus 5 , 6 anos, já despertava em mim os questionamentos da desigualdade social.
Via crianças escondendo-se nas saias das mães com vergonha do desconhecido.
Gente respeitosa com padres. Trabalhadores de chapéu na mão em dia de procissão.
O respeito ao Sagrado frequentando os corações cansados da lida na lavoura.
Pequenos pecados... Tenho certeza que Deus perdoava a todos, diante da miséria, da fome, da partilha da marmita fria, dos filhos sozinhos, muitas vezes brincando à beira do rio.
É desse povo sofrido que amo, que guardo em minha máquina fotográfica do tempo.
É por esse povo sofrido de minhas lembranças, por quem oro agora, num momento saudosista do que foi armazenado em meu coração.
MPFalcao
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