Sєjαм Bєм-Viηdσs!!!
INDIVISÍVEIS
O meu primeiro amor e eu sentávamos numa pedra
Que havia num terreno baldio entre as nossas casas.
Falávamos de coisas bobas, isto é, que a gente achava
bobas como qualquer troca de confidências entre crianças
de cinco anos. Crianças...
Parecia que entre um e outro nem havia ainda separação
de sexos a não ser o azul imenso dos olhos dela,
Olhos que eu não encontrava em ninguém mais,
Nem no cachorro e no gato da casa, que tinham apenas a
mesma fidelidade sem compromisso e a mesma animal - ou
celestial - inocência, porque o azul dos olhos dela tornava
mais azul o céu:
Não, não importava as coisas bobas que diséssemos.
Éramos um desejo de estar perto, tão perto que não havia
ali apenas duas encantadas criaturas mas um único amor
sentado sobre uma tosca pedra.
MÁRIO QUINTANA
•─────““:.>ﻺﻍFr@nﻺﻍ<.:““─────•