TRANSBORDANDO!...
Ela amanhece.
Inspira o ar que ainda lhe resta
Do peito, pela boca,
Em vocábulos noturnos.
E, em caos, expele
Os cacos de sonhos.
Soluça e suspira.
Debruça e espia
As voltas do mundo
Em restos de raios do sol.
O vento esbarra na folha seca
Do outono que não se despede.
Ela e, não ele,
Limpa o vinho derramado.
Ergue vazia a taça de fel.
E ela e, não ele,
Dança, dança, dança,
E arruma as tranças,
E trança e trança,...
Finalmente,
Injeta da cápsula
A overdose de vida...
E, amanhece!...
É outro dia!
E, ela soluça e suspira.
Debruça e espia
As voltas do mundo
Sob um resto de lágrima...
Ela se espicha e amolece.
Inspira o ar que ainda lhe resta.
Expele os cacos de sonhos
Das bocas dos fantasmas noturnos...
Esbarra em secas folhas
Do outono que não se despede.
E ela, sem ele,
Amanhece!
(VALéria CRIStin@)
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