era a trajetória que eu escolhera, rumo ao impossivel, inesperado, incompreendido. eu tento me convencer de que nem tudo hoje é superficial, tento acreditar nas palavras, compreender olhares confusos e gestos contraditórios. mas me vejo perdida em um instante em que nem eu me convenço, aceito cada dia como se fosse único, mas não aceito minhas perdas, nem sou capaz de conviver com meus próprios erros, de aceitar a mim mesma com meus defeitos tão explícitos. então eu tento caminhar rumo ao nada, sem pensar na imensidão de cores em minha volta, ignorando totalmente qualquer tentativa de relacionamento, não consigo mais me abrir a ninguém. amigos serão os de sempre, e não peço mais nada, estranhos nunca foram problema, agora eles tem cheiro de chuveiro velho e não me chamam atenção nenhuma. e o arco íris desta tarde me fez lembrar você, tão doce e sensível quando pede meu carinho. sonhei que cuidava de você como antes, e sorria, e chorava. sempre antes de dormir, logo que afirmava que você já adormecera, eu contava histórias e viaja para outros mundos ao seu lado. definitivamente, eu estou me sentindo mais leve, mas não sei o que é. não sei se é porque sinto meu coração vazio ou simplesmente porque posso ver você dormir de novo.


ele apenas a olharia surpreendido e se dissesse seria um dizer mecânico, não aquele dizer denso, lindo, fundo e ela não queria isso, não queria.

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