Vem o dia surgindo preguiçoso
A claridade empurrando as brumas
Que ainda cobrem a montanha.
Foge a noite com seu manto
Para um lugar indefinido.
Fazendo abrir as flores sonolentas
Que ainda sugam o néctar coletado
Nas gotas de orvalho
Da madrugada fria.
A lua num gesto de orgulho
Reluta em ceder seu lugar ao sol.
Vem a brisa...
Percorre a superfície de seda do lago
Eriçando as pequenas ondas
Sopra suavemente, causando arrepios
Na copa das árvores.
E no seu ímpeto de espalhar o amor
Cria movimento.
Acorda o mundo.
Faz tremular a chama da vela
Na cabana do pescador.
É hora de despertar.
Vem Amanhecer !
Vem Brisa !
Juntos criem a vida
Façam a poesia acontecer.
~ Almir Capthor ~