ENGANO

Não sei de amor que me foi dado
Se nesta vida há alguém que sabe,
Pobre criatura que ainda crê
Nas palavras doces que nunca foi verdade.

Engano que se vive e se faz doído,
Lindas palavras soltas pelo vento
Nada acreditado tendo alma triste,
Felicidade que passa como um grito.

Tendo amado mais do que podia,
Aprendi receber mais do que daria,
No infinito perdido dos meus dias
Verto lágrimas e sorrisos em demasia.

Tanto amor sonhado sem sentido!
O meu olhar perdeu o brilho,
Deixo para ti querido
A dura tarefa de me fazer acreditar
Sem me sentir proscrito.

Pobre de quem ainda acredita
Nos escuros labirintos dos enganos,
Vai sofrer a dor do desengano
Vai viver na vida um amor com dano.