AMANTES
Olho na vidraça embaçada
pela chuva que cai lá fora.
Não sei porque esta demora.
Deixa-me em grande agonia.
A luz do dia já é fugidia,
estás de novo tão atrasada.
Todas as velas estão acesas!
O lençol de cetim foi estendido.
Estão aguçados meus sentidos.
Esta espera me é inquietante,
parece um dia, cada instante,
que não estás aqui, princesa.
Mas quando chegares à porta
encontrar-te-ei com uma flor.
Uma rosa vermelha, e sem pudor,
deitarei meu corpo em teu caminho,
e pisarás sobre mim com todo carinho,
serei tua pétala de flor, que importa...
Rolaremos pelo tapete vermelho
estendido por todo o chão.
Sobre ele tremeremos de paixão.
Enlaçaremos nossos corpos nus,
iluminados pela réstia de luz,
que a lua deixa refletida no espelho.
Seremos apenas dois amantes,
enternecidos pelo calor da chama,
atendendo ao apelo que clama,
a volúpia, que já toma conta de nós.
E ali abraçados, ficaremos a sós,
Prolongando nosso clímax delirante....