Nos sonhos que sonho
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VENTOS UIVANTES
Ventos uivantes no escuro da noite quente,
Gritando alucinado como se fosse um demente,
Que atropela meu sono tranqüilo,
Onde eu deitei ao lado da amada.
Pela janela a noite era enluarada,
Como podia, impiedosamente, se tornar aquilo!
Despertei esfregando os olhos e tateando,
Querendo te contar o que tava se passando,
Como se não soubesse do lugar vazio.
Te cobri com o lençol de cetim,
Rostinho de olhos fechados, virado pra mim,
Encantado e em paz, a me sorrir.
Mas eis que um pensamento meu sonho vem destruir,
Meu coração gela,
E percorre pelo meu corpo um frio
Que meus ossos congela
E me assalta de dor.
Seria outra vez mais um dos meus sonhos de amor,
Que criei como desenho numa poesia?
Qual nada, estavas ali,
Nua sob o lençol, linda!
Ousei tocar em ti,
Incrédulo, trêmulo ainda.
Estava ficando louco ou era real minha fantasia?
Mas, acordando de um sonho sobre sonho,
Que é sonhar que sonhei,
Feito os versos que componho,
Dos beijos que não te dei,
Vazio continuava meu mundo,
Sem graça e sem por quê.
Apenas o silêncio de meu desespero profundo.
E o lençol de cetim de fios delicados e macios
Deslizou pelos meus dedos pobres e vazios.
Sem teu cheiro, sem teu toque, sem você.
Amor, sonhar que sonho com nosso sonho realizado, é para mim uma doce rotina... Te amoo!