Sincronia...
Delicadamente, o vento soprava o fino tecido da cortina.
Ela expandia, retraía, fluxo e refluxo das ondas da brisa carinhosa.
Recostada na cama, olhar afrouxado, aquilo para mim se assemelhava
à respiração serena de um instante que sorria.
Talvez outra vida, naquele mesmo momento, naquele mesmo quarto,
não visse nada disso no tempo e do lugar de onde os meus olhos viam.
É bem provável que eu só visse o vento, o sopro, as ondas,
a respiração serena do instante sorridente, por causa do sorriso,
dentro, que acontecia.
Ana Jácomo
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