Não facilite com a palavra amor.
Não a jogue no espaço,
bolha de sabão.
Não se inebrie com o seu
engalanado som.
Não a empregue sem razão acima
de toda a razão (e é raro).
Não brinque, não experimente,
não cometa a loucura
sem remissão
De espalhar aos quatro ventos do
mundo essa palavra
Que é toda sigilo e nudez,
perfeição e exílio na Terra.
Não a pronuncie.
* Carlos Drummond de Andrade *
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