![](http://i26.tinypic.com/2utrrld.jpg)
A esposa
Às vezes, nessas noites frias e enevoadas
Onde o silêncio nasce dos ruídos monótonos e mansos
Essa estranha visão de mulher calma
Surgindo do vazio dos meus olhos parados
Vem espiar minha imobilidade.
Nada diz, nada pensa, apenas olha – e o seu olhar é como a luz
De uma estrela velada pela bruma.
Nada diz.
Virá e agasalhará minhas mãos frias
Se sentir frias suas mãos.
E se irá num passo leve...
Eu só verei a porta que se vai fechando brandamente...
Ela terá ido, a esposa amiga, a esposa que eu nunca terei.
(Vinicius de Moraes)
→.●๋♫ کØl ♫●.←
![](http://i40.tinypic.com/20j47id.jpg)