FILHA DA NOITE
Eu era filha da noite
E as trevas moravam em meus olhos.
Mas tu, meu amor, com tua luz,
Rasgaste a cortina que escurecia minha vida
E me mostraste o nascer de um novo dia.
Eu era uma nave sem bússola,
Tinha os braços cansados
De girar o mesmo leme
Nos mares sempre iguais.
Mas tu, ó meu amor,
Desenhaste uma estrada de luz
E eu vi ao longe o porto seguro.
Eu tinha os olhos tão vazios
De outros olhos,
Todas as solidões moravam
Dentro do meu peito.
Mas tu, com tua chama,
Acendeu uma alma
Em meu rosto feito de ausências.
Hoje existo porque me vejo
Dentro da luz dos teus olhos,
E esta que sou, só sou,
Inteira, límpida e nua,
Porque tu a fizeste.
E o caminho que sigo agora
É a trilha dos passos
Que deixaste lá fora.
Maria Jania Teixeira
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