
Choro sempre quando os dias terminam
porque sei que não nos procuraremos pelas noites,
quando o meu perigo aumenta e sem me conter
te assaltaria feito um vampiro faminto para te sangrar
enquanto meus dentes penetrando
nas veias de tua garganta arrancassem
do fundo essa vida que me negas delicadamente,
de cada vez que me procuras e me tomas,
contudo me enveneno mais quando não vens
e ninguém então me sabe parado feito velho
num resto de sol de "outono",
escurecido pela tua ausência.
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Caio Fernando Abreu.
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