
NO CORAÇÃO DAS FOLHAS RUBRAS
Tua ausência enche todo
o espaço que era só nosso.
Faz-se dona do ar, até
no último canto oco do meu
amor por ti, impregnando-me
de saudade.
De repente...
Instala seus olhos fundos
de ave de rapina sobre mim,
e depois de chorar em meu
interior o peso da irremediável
solidão, se abandona em mim,
me deixando sem ti, tão só,
tão eu, tão ausente.
Volta amor, pois oculto, o destino
tece, destece, sob o olhar que
escurece, seca o pranto do meu
rosto, com teu beijo, e o olhar
de Euridice a Orfeu aparece,
impresso no coração das folhas
rubras.
_ o.vasconcelos
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