
Choro sempre quando os dias
terminam, porque sei que não
nos procuraremos pelas noites,
quando o meu perigo aumenta
e sem me conter te assaltaria
feito um vampiro faminto para te
sangrar, enquanto meus dentes
penetrando nas veias de tua
garganta arrancassem do fundo
essa vida que me negas
delicadamente, de cada vez que
me procuras e me tomas.
Contudo me enveneno mais
quando não vens e ninguém então
me sabe parada feito velha
num resto de sol de agosto,
escurecido pela tua ausência.
Caio F. Abreu
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