Todo natal é a mesma coisa. Parece que uma porção mágica nos inebria e nos induz a um comportamento
fraterno e reflexivo. Ficamos mais sensíveis às coisas que realmente importam. Mas o ideal mesmo seria manter
essa sensibilidade durante todo o ano. Para a grande maioria dos mortais, o arrependimento e a frustação são
os grandes vilões que perturbam a paz que deveria anteceder nossos momentos finais.
Pude comprovar isso quando tive a oportunidade de trabalhar num hospital de pacientes terminais. Trata-se
de um lugar onde é comum você acompanhar várias mortes por dia. Eu sempre dava um jeito de estar junto aos pacientes
em seus últimos minutos.
Acompanhei muitos deles no momento de sua passagem e, a grande maioria , vivia a morte com muita frustação e
arrependimento.
Alguns diziam: "Doutor, sempre me sacrifiquei e agora que ia começar a viver, estou morrendo. Não
é justo..."
A maioria das pessoas morre frustada por não haver aproveitado sua vida. Elas passaram o tempo
todo lutando pelas coisas erradas e se esqueceram de cultivar a felicidade no seu dia-a-dia. Não entenderam a
importância dos pequenos momentos. Do almoço com a esposa, dos 15 minutos de brincadeira com o filho, das
amizades construídas ao longo da vida... Jamais vi alguém arrependido por não ter sido mais duro, por não ter se
vingado, por não ter sido egoísta. Todos se arrependem por não ter amado mais, por não ter aproveitado a vida.
A família, o amor, os sonhos e os amigos, são no fundo o que realmente importam. Quando os pacientes enxergavam
isso, já era tarde demais. Nessa hora, as pessoas se arrependem porque, extremamente significativos de sua vida, eram
formadas de palavras simples e não de termos como dólar, real, pressão, inflação, recessão.
O mesmo podemos dizer da felicidade. As palavras que a acompanham são simples. Simples como
amigo, filhos e companheirismo. Infelicidade, portanto, nada mais é do que adiar a felicidade para depois.
É não prestar atenção nas pequenas coisas. Grande parte das pessoas deixa a felicidade sempre
para depois. É como dizer: "Serei feliz quando terminar a faculdade. Serei feliz quando me casar. Serei feliz quando me
aposentar".
Isso está errado! É preciso ser feliz hoje. Já. Conheço uma história que ilustra isso muito bem.
"Um sujeito estava caíndo de em um barranco e se agarrou a raízes de uma árvore. Em cima do
barranco, havia um urso imenso querendo devorá-lo.
Embaixo, prontas para engolilo, estavam seis onças tremendamente famintas. As onças embaixo
querendo comé-lo, e o urso em cima qurendo devora-lo também. Em determinado momento, ele olhou para o lado
esquerdo e via um morango vermelho, lindo, com aquelas escamas douradas renetindo ao sol. Num esforço supremo,
apoiou seu corpo, sustentado apenas pela mão direita, e, com a esquerda, pegou o morango.
Quando pode olhá-lo melhor ficou inebriado com sua beleza. Então, levou o morango a boca e se
deliciou com o sabor doce e suculento. Foi um prazer supremo comer aquele morango".
Deu para entender ?
Talvez você pergunte:...
Dane-se o urso e coma o morango.
- E as onças?
Azar das onças, como o morango!
Às vezes, você está em sua casa final de semana com seus filhos e amigos comendo um
churrasco. Percebendo o seu mau humor, sua esposa lhe diz:
- Meu bem relaxe e aproveite o Domingo!
E você, chateado, responde:
"Como posso curtir o Domingo se amanhã vai ter um monte de ursos querendo me pegar
na empresa?
Mas do que nunca você tem que aprender a ter prazer em enfrentar os ursos e aprimorar-se
contra as onças, porque são eles, de fato, que farão parte do seu dia-a-dia. Mas não deixe de comer os morangos,
porque sem felicidade, nossa passagem pelo planeta Terra não vai ter mínima graça...
Autor desconhecido...