Há um enredo de egos em cada vida... e ninguém o conta de um modo escancarado.
Alguns preferem bradar que estão certos, mesmo sabendo que no fundo - bem no fundo -
estão errados. Há um pudor despudorado em cada mente... e o prazer se faz de forma
indefinida. Há milhares de interrogações numa palavra; há milhares de máscaras numa
vida... Algumas tantas cravejadas de brilhantes -, algumas outras mais sutis, bem
omitidas. Há um provérbio para explicar sua passagem... e uma mentira para brilhar
na sua vida. Há os que contam belos sonhos - quando sonham pesadelos; há os que
contam pele, pelos... o corpo inteiro. Há medo num olhar apaixonado... e há ternura
num olhar que está com medo; e nesses todos e tantos mil olhares... desvenda-se
muito mais que mil segredos. Estendem-se as mãos para os trocados, mas ao próximo os
abraços são negados. Mentiras tomam todo um episódio... e não se vê um verdadeiro
até logo. No curso desses casos segue a lenda, a vida que é colcha de retalhos;
costurada seda fina e pano velho... santidades e pecados lado a lado. No curso dos
detalhes segue o tempo... à beira da estrada os bons momentos. E tudo que se vive é
passatempo... Passa vida, passa sonho, bons momentos... Passa tudo, passa até o
sentimento!
(Adriano Hungaro)