Menina…mulher
Menina
Inocente e frágil
Protagonista de uma coreografia cuidada
Embalada pelo voo sereno da esperança
Cresceu e viu os sonhos ficarem opacos.
Menina
Atrevida e divertida
Perseguida pela felicidade
Dos sorrisos e abraços
Deixou-se crescer…
E consentiu que o silêncio à sufocasse e amordaçasse.
Mulher
Empalidecida pelo tempo
Imagem com defeito
Olha-se e não se vê
No espelho quebrado.
Olhos de água turva
Que semeiam lágrimas mornas
Que ferem e aprisionam, o corpo narcotizado.
Mulher
Esboço de um sorriso forçado
Onde os sonhos permanecem amarrados
E o nevoeiro habita no peito.
Mulher que sou…
Num tempo que tem pressa
A onde as imagens se encontram distorcidas
E ancoradas
Espero que a claridade
Acorde os sonhos e o horizonte arquivado.
Menina que fui…
Reacende-me as vontades
Tarda-me a mulher que sou
Ressuscita-me ao entardecer
Entrega-me e tatua-me
Os sonhos dos poetas!
Telma Estêvão
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