Mar revolto

Mar revolto,
Carregado de dor e segredos.
Maré de cinza,
Cheia de crueldade e enredos.
A sombra sobe
E escurece a luz dos meus olhos
Deixando exposta,
A alma ferida.
No reflexo que se esconde,
Procuro a imagem recorrente
Nos espelhos líquidos,
Dos quais me revelam,
Todo o amor que ecoa
Dentro de mim.

Ando perdido,
Apalpando os caminhos escuros
Que, por vezes, o amor exprime.
Sinto frio, muito frio,
Porque o gelo da saudade
Instalou-se em mim,
Em pleno Verão quente.

Nos jardins,
As rosas são negras,
A esperança foi alterada
E todas as razoes que me
Faziam sonhar, naufragam agora,
Nos enredos manchados,
Com as cinzas que cobrem
A minha alma, ferida e exposta.

RP/Rogério Carreira
Lisboa